Admiro-me, novamente, solitária me amo perdidamente,
recupero meu amor por mim mesma, insuperável, mais que incestuoso, impensável,
pois o que quero é a impossibilidade física e mental de foder a mim mesma,
encantada por mim, apaixonada e louca, desenfreada e alucinada por meu corpo,
minha buceta, meus pelos que se revoltam, eriçam e arrepiam aos meus toques no
meu próprio sexo, na minha bunda, no meu rego, o dedo que penetra no cu e se
contrapõe àquele que masturba o grelo, que estimula meu gozo, o derrame de meus
fluídos em homenagem a mim mesma, totalmente ninfômana, inteiramente narcisa,
tarada compulsiva, escrevo agora, indecorosa, puta, rameira solitária, pensando
apenas em meu corpo, como fazem todas e todos que, como eu, têm na punheta ou
na masturbação seu ponto de equilíbrio, seu momento de felicidade íntima, de
solitária conquista de seu próprio prazer, de sua própria identidade, só, mais
ninguém, desnecessária companhia para um orgasmo perfeito, minha imaginação me
fecunda e me faz gozar seguidamente, eu, minha mente, meu corpo, secretamente,
secreta mente.