Outra vez mostro o corpo da Rainha, da onipotente
sacerdotisa de Sade, amante fervorosa, dos desvios sexuais, das mentes
pecaminosas, dos desejos incontidos, irrefreáveis e diabólicos, vampirescos,
sórdidos e inconfessáveis, reprimidos em mim por uma sociedade burguesa, que
não desafio aberta, mas subverto em minha vida secreta, mostro-me, para meus
homens punheteiros, para minhas mulheres masturbantes, para meus viados, minhas
sapatas, para meus iniciantes queridos que me perscrutam o corpo em cada foto,
a mente em cada palavra, o espírito em cada postagem, que punhetam loucamente
por mim, para todos mostro minhas tetas, para todos exibo minha bunda, para
todos dou a buceta, fêmea pura e simples.
Nesse momento me faço, mulher de
todos, pertencendo a qualquer um, mulher de todos os homens, fêmea de todas as
fêmeas, professora de todos os iniciantes, comedora de viados, fodida por todos
eles, companheira, puta divina, maravilhosa cadela, tudo cedo a todos que me
desejam, uso o corpo como minha arma de paixão, como minha faca transpassante
que fere fundo a medíocre sexualidade que lhes é dada, contemplem-me e ousem
comigo um grito de liberdade, dado pela boca, e que ecoa no cu, nos peidos, na
buceta, no mijo, no gozo e nas cusparadas dadas nos pintos esporrados, nas
bucetas úmidas, em corpos suados, escorregadios de prazeres, ilimitados nos
sonhos realizados.