quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Perversão I


Fisiologia elementar, mijar, soltar o líquido de dentro do corpo, buscar em todas as formas de ser e viver um prazer inesperado, uma forma diferente de experimentar o corpo e os sentidos, um deleite próprio, de si em si, bastante, suficiente para mentes degeneradas, de generosas atitudes que disponibilizam um corpo e uma mente incapaz de para si mesma negar o que se pode ter como gozo, aquilo que para outros parece a insanidade e para mim se assemelha tanto a verdade, no momento em que abro as coxas, mostro a buceta, alargo-a divertidamente com uma das mãos, abro-a, arreganho e deixo fluir de dentro de mim a coisa mais simples que existe no corpo, a mijada fugaz, quente e licorosa, levemente colorida, com aromas de perfumes acres e secos, provocantes, fragrâncias que perfumistas não ousam, odores que nas penumbras excitam, quando os dedos pressurosos percorrem a fonte e os levamos ao nariz, sentimos nosso cheiro, ou nos iluminados banheiros, aonde solitárias damos vazão a nossos ímpetos e taras, mijamos despudoradamente enquanto olhamos sofregamente para nossas bucetas se moventes, que adquirem a própria vida também nesses momentos, além daqueles dos turbilhões de gozos e orgasmos, a mijada, ato simples de consenso entre meu corpo e a natureza, tornada ato de dissenso entre minha mente a e sociedade burguesa, hipócrita e subserviente, ignorante dos prazeres, submetida a ritos condenatórios, impossibilitada de sentir os prazeres, simples e complexos, elementares e trabalhosos, capada e castrada no que pode ter de criativa, ostento a buceta mijada, exibo-a, provoco, abro as coxas, mijo, derramo, rego, rebolo e espalho a urina por todos os lados, molho, sinto-a correr entre as coxas, nas dobras da polpa da bunda, pinga, goteja, me inebria, quente e escorregadia, desce pelas pernas, junta-se à poça que já está no chão, minha mente fervilha, mijando juntos num mar de espumas, poetas o proclamaram outrora, num tempo moderno, sábio Oswald, meu guia, mijo e gozo com você, espalhando meu líquido pelo mundo, perfumando a burguesia falsamente recatada.

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