segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Corpo II


Medito sobre minha beleza, aprecio-me, visto leves meias 7/8, excito-me e penso, como sempre, na hipótese de me possuir, de me ter, de me comer, de ser meu próprio objeto de sevícia, ideia alucinada, produto de uma mente tão desequilibrada quanto criativa, minha imaginação trabalha, sem fechar os olhos sonho e me vejo sobre mim mesma, resfolegando como personagem de antigos contos, de antigas novelas, de romances realistas, da Pombinha possuída do Cortiço, das palavras elegantes e cruas que descrevem uma lésbica sem pudor e sem limites iniciando uma menina nova e inexperiente, me transfiguro em ambas, uma nas minhas tão brancas lembranças, das quais nunca esqueci, outra nas minhas tão devassas vontades, das quais nunca me furtei, e me imagino mulher poderosa fodendo eu mesma, mulher sensual e gostosa, penso em meu pau de silicone me penetrando, em meus dedos ágeis me excitando, em minha boca colando em minha boca, em minha língua nela entrando e se enroscando, delírio múltiplo e mútuo, masturbação prolongada, prolongada, acelerada e ralentada, bel prazer de quem quer gozar, de quem quer nuvens e irrealidades, desejos e promiscuidades em si mesma, de quem escapa do corpo sobe a lugares não visíveis, espaços não mensuráveis, sente os dedos na buceta e derrama seus fluidos entre exclamações, gemidos e palavrões, goza relaxada, solta as coxas, sente a bunda frouxa, os dedos malados, a buceta comandando os pensamentos, a lógica irrefutável do prazer solitário.

Um comentário:

  1. Este layout está deslumbrante. Amei este vestido!

    E quanta paixão num ato solitário, porém tão gostoso.

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