Exibicionismo, plateia, público que me estimula, burgueses
temerosos de si mesmos, que me agrada agredir, agradável número que desempenho
com o meu macho favorito para orgasmos e punhetas posteriores desses que me
assistem que se esforçam para aparentar elegâncias, mas que, sei bem, vagueiam
como zumbis assexuados em seus cotidianos e se locupletam apenas quando me
pagam regiamente por visões de paraíso inimaginadas em suas mentes limitadas,
que vou libertar, libertinar, liberar de tanta hipocrisia, junto com o meu
favorito, num número ensaiado do qual pretendemos, sempre ocorre, perder o
controle nos transformarmos em besta sexuais, em garanhão pauzudo e em mula
bucetuda, representação do real, que excita clientes, leva-os a outras
dimensões, enquanto nosso prazer, de ser vista, admirada, elogiada e
estimulada, cresce a cada toque a cada relar de corpo, no momento em que sinto
que o caralho duro já se expõe para meu gosto, quando percebo que ele me
desnuda, me deixa em pele, aplausos para minha beleza, admirações reais de
fêmeas sofisticadas, mostro todo o esplendor do meu corpo bem formado, bem
cuidado, elaborado e preparado, para sempre, para as lides do prazer, da dor e
das irracionalidades das lides do amor carnal, murmúrios de admiração dos machos presentes,
elogios que ouço e finjo desprezar, indiferença que seduz a todo homem, que o
excita a se exibir quando imagina que a exibida sou eu, e eis que meu macho me
possui, grande fodedor, para todos os efeitos, representação realista, por isso
mesmo surreal, coloco em seu caralho duro uma camisinha, na boca, técnica de
putas, que todas querem ver, desenrolo sobre o membro duro com a agilidade de
meus lábios, até o fim, ainda sobra desse caralho apetitoso, retiro minha boca
lambendo, chupando, deixando nele o um rastro lúbrico lubrificante, minha saliva, minha
baba, que escorre, que junta minha boca a esse membro teso e pétreo, que pulsa
diante dos meus olhos, sinto as mãos na minha cabeça, sei o que vai ocorrer,
abro a boca e sacio a vontade do meu puto que quer, mais uma vez, usar minha
boca para seu prazer, cedo, adoro, faço, sem problemas, sem preconceitos, é o
que desejo, tesão máximo, quando ele me vira, violento, me coloca em posição,
para uma plateia ansiosa ele me fode, me penetra, me funde o pinto na buceta,
cola a virilha na minha bunda, bate suas coxas nas minhas, unimo-nos em um
único sexo, gritos e gemidos, palavrões, pedidos escabrosos, indecência
absoluta, nosso território vital, violentas estocadas, meu corpo se desarma,
permito, entradas divinais, ruídos instigantes, líquidos, seivas vitais que se
misturam, minha boca se abre a procura de ar, meus olhos se fecham, mantê-los
abertos para que se nada enxergam a essa altura em que apenas o clamor da
buceta se faz presente, e ele mete impiedoso e eu peço mais insaciável, imagino
que esse caralho me atravessa, peço que me transpasse, espada mortal, morte
anunciada e desejada, pequena morte, dizem os franceses, ogazumu em japonês,
deliro, agora lanço um brado profundo, salivo, babo, libero todo o corpo,
produzo ruídos indecorosos, o ar pressionado na buceta peida retumbante pelo
espaço enquanto jorro meu gozo e minha buceta percebe que o caralho que a
penetra pulsa no ritmo de uma ejaculada contida dentro de uma camisinha que se
incha de tanta porra. Aplausos da plateia enquanto nossos corpos, pretensamente
saciados, jazem no chão duro, enquanto as luzes se apagam lentamente, ao fim da primeira metida.
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