O banho necessário, inesperado, em lugar desconhecido, o
gozo de sempre, prioritário, banheiro coletivo, eu sei que me olham, eu sei que
me espreitam, eu gosto assim, exibida, maníaca por mim. Ninfa despudorada,
quero que me vejam, quero caralhos duros por mim, quero enrustidos a punhetar,
sabendo que eu sei que eles me vêm, eu sabendo que estavam, todos, mesmo
religiosos, juntos punhetando por mim, esporrando, ejaculando, talvez medindo
seus paus, comparando-os, olhando uns aos outros, quem sabe desejosos de si
mesmos, quem sabe desejosos do pau de outro, quantos queriam, de fato, me
comer, me fazer de fêmea, numa cultura diferente, na qual os viados e as
sapatas são punidos, na qual o desejo por mulheres como eu tem de ser
reprimido, e o desejo meu por homens como eles tem de ser escondido, isso me
excitou demais, a imaginação correu, o medo de me masturbar e ser surpreendida
não durou, ao contato de minhas mãos, não necessariamente na buceta, excitei-me,
alisando as coxas num banho frio, enxugando-as com toalhas de linho num
banheiro simples, coletivo, porém excitante, cheio de frestas, de lugares
suspeitos, de dúvidas e incertezas, a única certeza de estar sendo olhada, de
estar provocando a quebra da religiosidade desses machos, alguns lindos, que
conheci nesse oriente atraente, nessa terra de proibições, crenças e
submissões, tanto quanto de secretas permissividades, excitações e prazeres,
excitei-me ao contato, à flor da pele, finalizei classicamente, manipulando
vigorosamente a buceta e ouvindo exclamações surda, baixas, reprimidas, que eu
não entendia o léxico, mas entendia totalmente o sentido desses sussurros,
desses gemidos abafados que levaram minha alma ao orgasmo como uma puta do
serralho.
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