Inversão: as sombras dos segredos
V.
O frango.
Vulgaridade assumida, frango
assado, expressão ridícula e, por isso mesmo, excitante, sentir-se vadia e não
sentir-se vazia, primeira esporrada, algumas outras em sequencia, fôlego
acelerado, momento de variar, hora de ver o puto de frente, de olhar sua boca,
de ver seus olhos, de perceber seus mamilos, de fode-lo vendo seu pau crescer,
de observar sua vida, seu pulsar, momento mágico da existência, aquele em que o
prazer nos domina aquele em que sentimos que em nós só existe o caralho ou a
buceta reajusto tudo, viro o canalha de frente, abro suas pernas, exponho-o a
mim, delicia-se com isso, exibido, momento de fêmea mesmo em machos empedernidos
quando expostos e aos meus olhos inversores, derretem-se como menina ou como
putas, porém com intensa feminilidade, momento maior da inversão, que se atinge
gradualmente, num movimento crescente, de parte a parte, sinto que algo me
invade, que a minha própria feminilidade se evade que ninfômana me assumo,
sexomutante sem eira nem beira, um caralho em riste, uma cinta excitante, um
plug penetrante, sou nesse instante, um lote de prazer ambulante, sinto-me
molhada, a buceta quase ejaculante a pressão no cu é estimulante, ajusto o
plug, aperto-o, seguro as pernas do macho ciscunstante, abro-o, meu frango, meu
filho da puta safado, momento de vulgaridade amena, fase final do processo, vou
conduzi-lo aonde quero aonde ele também quer, de volta ao mundo normal, amplo
de vulgaridades, cheio de pecados, repleto de ilicitudes, culpas jesuíticas,
condenações luteranas, transgressões burguesas, traições ao espírito livre,
descaso com a liberdade, ignorância da libertinagem, territórios conhecidos,
volta lenta à realidade profana, às transgressões subalternas, à busca do
prazer físico, ao abandono de amplos poderes mentais, ao encontro de
realizações carnais, restritas porém prazerosas, enfio o pinto novamente, nesse
cu já usado, antes uma alegre lambida, uma brincadeira oral, uma sonora
escarrada, espalhada da saliva com os dedos, uma arremetida e consequente
metida, o pau desliza fácil , abre o anel anal, desbrava o reto, penetra íntegro
e sorrateiro e aloja-se fagueiro dentro do cu brejeiro, rebolo enquanto meto,
coisa que apenas fêmeas sabem fazer, seguro o saco do fodido, aperto-o, o pau
duro repuxa as bolas, puxo-as para fora, brinco com elas, aliso o caralho na
longitude, atinjo, com os dedos a glande em aflição, aperto a coroa, acaricio
essa amável chapeleta, observo-a agora em sua simetria, me encanta, uso meu
corpo felino e flexível, me curvo e aplico-lhe uma linguada jovial, lambo,
beijo essa cabeça, enoluqueço meu animal, enquanto exploro novamente seu cu
ofertado, meto todo o meu caralho, recobro minha postura e enfio a toda brida
todo o pau dentro do fodido, bato a base da cinta em sua bunda, desaparece
dentro dele todo o corpo do falo silicônico, gritos e palavrões invadem o ar
que respiramos, enchem esse ar que nos falta, que nossa ansiedade e tesão
consomem alucinadamente, meto despudoradamente, xingo, grito, chamo-o outra vez
de meu viado, percebo que ele agora me proclama seu macho, sentimos que
chegamos ao ponto máximo da inversão, o momento populista, xulo e sem
sofisticação, bruto e inconsequente, animalesco, parte essencial do processo,
posse e entrega que agora, mais que nunca se realizam, sou macho, comedor,
desligo-me de mim, quase sinto que possuo um pau duro, excito-me, o plug se
manifesta no meu cu , sinto-me próxima, orgásmica, minha vez, gozo, aperto o
pulg no cu, sinto-me escorrendo, melo a base da cinta, minha virilha escorrida,
sai de dentro de mimo visco de meu prazer, espalha-se entre nós, fodido e
fodedora, invertido e inversora, momento da cumplicidade voraz, da cafagestagem
total, da indecência sonhada, do retorno ao mental, próximo da fase final.
Delicia :))
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