Clientes ansiosos, homens, machos, secretas almas ambíguas,
confrontados com minha mente libertária, anárquica e despudorada, para eles o
prazer é proibido, para mim é alimento vital, aparentemente nos opomos, mas
complementares somos, não existo sem eles, e eles de mim dependem para uma
sobrevida limitada, porém intensa e estimulante, curtos lampejos do que poderia
ser uma vida criativa, brilhante e cheia de gozo, por módicos interesses eu os
satisfaço, doce e brutal, dominante e bela, sei que o sou, aprimoro minhas
técnicas e os mantenho adequados aos seus cotidianos elementares, sem destino e
sem projeto, desentendidos da vida, fugazes momentos de prazer que, até por
proibição, parecem-lhe suficientes.
Dessa forma admiram-me, adoram-me e
elegem-me como Rainha, incontestável e poderosa, tremem diante de meu corpo bem
cuidado, exultam com o meu pinto magnífico e potente, submetem-se felizes aos
meus desígnios reais e majestáticos, cultuam-me como mereço, marcam comigo as
sessões sublimes, sigilosas, cheias de juras e contratos, tão escondidas como
grandes são os pintos que solicitam, as chibatas que fazem-nos sentir as dores
fortes no caralho duro, nas bolas amarradas e expostas ao meu dispor, nos
momentos de total desespero.
É quando os obrigo a implorar por mim, por minha
atenção propositadamente alheia e auto-centrada, quando examino o meu belo
corpo nos espelhos do meu espaço e ignoro seus corpos, suas coxas fortes, suas
bundas redondas e seus pintos clamantes por punheta, chupada ou buceta ativa,
anseio maior de todos eles, que se comprazem por vezes em observar a submissão
do outro, aguardam reticentes a sua vez, e então tentam bradar aos céus o seu
tesão, tentam ser si mesmos, tardio sentimento que reprimo com enérgicos e
potentes tapas na cara, chutes no saco, apertos nas bolas, disciplina imposta
aos machos que se entregam a mulheres como eu, autoridade imposta a vadios que
a mim demandam tanta impiedade, trato-os como merecem, cruel e cínica, ignoro
até mesmo as salvaguardas, predomino, pontifico, tudo controlo e tudo sei sobre
cada um desses machos que domino, que o mundo comandam no exterior, mas que em
meu espaço nada fazem além de tecer loas em meu louvor, de elogiar as minhas
potencialidades, o meu caralho pressuroso, meus dedos hábeis, minha língua
ágil, minha boca profunda , meu cu ardente e minha buceta onipotente, eu os
domino a todos, prevaleço, Rainha extraordinária e potente, dominante. Eu enrabo.
Eu fodo, meto no cu desse puto, faço-o meu, ele sente, ele exulta, ele pede sempre mais, torna-se meu brinquedo, eu o satisfaço, no entanto, e ele rebola no meu pinto, ele se sente como deve se sentir um puto, pede mais e mais e eu lhe dou sempre mais, mais do que pede, mais do que pode, mais do que aguenta, mas ele ultrapassa, seus limites, torna-se impertinente, precisa castigo depois de tanto esporrar, depois de tanto gozar, depois de tanto ejacular.
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