segunda-feira, 25 de setembro de 2017

Delícias Imperiais VI

                                                                                        Antonio Canova (1757 - 1822). Itália. Nayade.

Corpo em mármore modelado, projetado e perfeitamente imaginado,
Sou réplica ou modelo? Não sei. Sensual me vejo puta e me satisfaço.
Aprecio tuas formas, agrado-me das minhas, do escultor predestinado,
À minha beleza apreciar, e a sucumbir ao fascínio de meu corpaço.

Exibo-me em pose estática, fria como o mármore que me retrata,
Sinto o gozo que não sentes? Eu sei. Roço na cama buceta e mamilos,
Ergo a bunda e provoco, saio da frieza marmórea que te contem exata,
Transgrido tuas normas, ultrapasso teus sentidos perfeitos e tranqüilos.

Rebolo sobre mim mesma, exalto meu corpo e abuso de minha sedução,
Excito-me e te excito, bem sei, pois mesmo daqui, do outro lado antevejo,
Teu pau duro e cabeçudo, punhetado por mim livre e solto sem perdão,
Arregaçado e exposto, pedindo entrada em meu corpo, louco de desejo.

E agora que gozaste, imaginando em mim ejacular, meu puto louco e imoral,
Retorna ao teu pensar, ao teu mundo imperfeito no qual não me tens possuída,
Pois em artifício mágico e sorrateiro, sacana e indolente, típico de mulher fatal,
Em fotografia me transformo, como em teu mármore, perfeitamente concebida.


3 comentários:

  1. Intenso poema cheio de volupia.

    Beijo doce

    ResponderExcluir
  2. Um show o que esta fazendo a Serie Imperios, é tudo de otimo e maravilhoso, saudades de ti puta linda, beijos !!!

    ResponderExcluir
  3. Fatalidade são essas provocações em letras! Creio que essas "antiguidades" parecem ter sido, em Ti mesma inspiradas! Quantas obras de artes juntas! Elas, tua fala e tu mesma! bjos molhados

    ResponderExcluir