terça-feira, 20 de março de 2012

Cenas do Boudoir IV


Criação insaciável, eu a mim mesma projeto, eu de mim mesma traço os planos, eu me mereço eu me desejo, me excito e me consumo, me basto, sou perfeita, dona de meu corpo, senhora dos meus desejos, autora infindável das formas de satisfazê-los, uso meus sortilégios, aposso-me de meus instrumentos, de meus adereços, arsenal total, sensual instrumental, percorro cada parte de meu corpo com todos eles, cada qual especial, detenho-me na bunda, uso-a agora solta e relaxada, passo no rego um vibrador, detenho-me no cu, aplico o elemento, acelero o instrumento, sinto a resposta involuntária do meu corpo acostumado a tais excitações, vibro mais e sinto mais relaxamento , percebo o cu flexível, lentamente pego um plug, introduzo-o, sinto-o alocar-se, firme, preso pelo gola, experimento, reflexiono, solto e aperto, molho-me, umidade herética, produto do pecado, dos momentos verdadeiros, os únicos em que realmente vivemos, melhor ainda quanto solitariamente, nos conspurcamos a nós mesmas, vagabundas e vadias, putas desmerecidas, infinidade de intimidades, aquelas que só nos proporcionamos a nós mesmas, sem o medo da falha, sem a necessidade do acerto, sem justezas e sem artifícios fáceis, sem fingimentos irreais, o gozo natural, secreto e coloquial, de mim tirada, em mim usada, abusada, insultada e vilipendiada no âmago do meu consciente, nas trevas do meu inconsciente, sinto-me a nervura viciosa entre meu senso viril e minha natureza viral, mulher forte e cavilosa, ambígua no território dos machos, incerta no das mulheres, louvada e desejada entre todos e todas, percorro meu corpo pensando nessa hipótese de sexo, nesse cantar helênico de tempos de outras sexualidades, de tempos em que não se mediam fronteiras, em que não se estabeleciam as moralidades sem sentido, em que o prazer era apenas e tão somente a parte da essência de uma vida e apegada a essa ideia me debato, comigo no meu próprio corpo, saio dele e o assumo, possuo-o e domino, violento-me, abuso de mim mesma, agora lanço uivos, chamo a mim mesma da vagabunda, de cadela filha da puta, abro a bunda, pressiono o plug encaixado e ponho o vibro na buceta, como uma franga assada, coloco-me um espeto, masturbo-me e pressiono o cu, não é uma experiência, sei aonde vou chegar, essas práticas já percorri, viciantes, desejosas, sei aonde vou terminar, acelero o vibro na buceta, qual flor de maio que se abre ao sol, ela recebe o vibro  alucinada, pressiono forte o plug no cu, sinto que chega a hora da agonia, linda, bem vinda, á qual meu corpo corresponde, com tremores, soluços e ganidos de prazer anunciam o orgasmo incomum, característico daquelas que ousam um dia procurar a forma de uma fêmea ejacular, pressão final no cu, liberação da buceta que se lança para a frente, gesto selvagem e sem controle, gostosamente irracional, postura primal, as coxas se abrem, a pélvis se projeta, de minha buceta louca sai um jorro triunfal, jato inaudito, sai prestimoso, inunda o boudoir com seu aroma, cheiro de mim para mim, de meu sexo em mim, me transporta para a vida real enquanto sinto o melar de minha buceta louca.

Um comentário:

  1. Mas esta pegada nos cabelos é de arrepiar.

    A fêmea no extase de seu tesão solitário, porém entregue de si num prazer que não é permitido dividir.
    Beijocas minha menina.

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