quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Liberação de Nica

Noite final de aprendizado inicial, término, avaliação, uma prova, Nica mulher, antiga menina, agora completa, feminina, gostosa, comedora, corpo gentil, também inversora, faz seu teste formal, desnecessário, porém por todos, ansiado e desejado, sou seu exame, seu corpo de prova, me excito, sei que ela também. Princesa ela surge, quase Rainha, já majestosa, Nica se revela, se exibe, apresenta suas qualidades, as coxas fortes, nenhuma barriga, seios e mamilos agradáveis, a bunda elegante, a buceta mais peluda, a boca ardorosa, delineada, carnuda, boa de beijo, competente nas chupadas, boqueteira voraz, conheço-a bem, deles me locupletei, essa fêmea que surge, a fera que ruge, a tigresa, a pantera, a gata, felina que me induz a todas essa vulgaridades, a putinha que me excita transformada por mim nessa sagaz mulher para quem eu me deito, provoco-a em sua prova final, pois todos queremos ver agora do que essa vadia é capaz como mulher total. Não se faz de rogada, foi por mim educada, bem se vê, percebe rápida como agir, mas com calma, segura vem sobre mim, monta em meu corpo, senta, buceta na buceta consegue logo o que tenta, segura meus pulsos, me domina, com a boca vadia suga a minha língua, introduz a dela na minha, beijo de tesão, sem outra paixão que não o domínio da outra, feita agora de fêmea, a macha iniciada demonstra sua potência, a todos causa forte impressão, domínio sobre mim, mas domínio sobre ela acima de tudo, o corpo harmonioso, movimentos instintivos, perfeitos, quem vê não resiste, ouço exclamações, nenhuma surpresa, apenas aprovações, ruídos de sexo, alguns gemidos, percebo que os outros, aqueles que assistem, que comigo a avaliam, punhetam e masturbam, se excitam, alguns gozam, libertinagem sagrada, respeitada no nosso matadouro, sempre estimulada, agora que a língua de Nica, audaz e esperta, lambe e lambuza o meu rosto, penetra em meu ouvido, com dois dedos solertes ela força a minha boca, abre-a, cospe dentro, puxa a saliva, mistura na dela, produz a baba de Rainha, lição aprendida e perfeitamente executada, delicioso fluído mútuo, antecipatório de outro, pois ela senta agora, a buceta melada que sinto na minha igualmente, ela me olha soberana, sinto-a dominante, momento importante, ela não hesita, a cara me estapeia, ida e volta, algumas vezes, de puta me chama, de vagabunda, cadela e piranha, sinto que me domina pois me conduz ao transe, ao prelúdio do descontrole, meu corpo se perde e se acha, minha mente se transtorna, essa mulher me transforma, me conduz ao delírio, me sinto animal, como imagino sempre deva se sentir quem domino, eu gozo a primeira vez, ela sente seu sucesso, avança, evolui, extrapola, me vira de costas, me põe de quatro, abre a minha bunda, me aplica tapas, com força, não me poupa, filha da puta, safada ordinária, provoco-a mais, apanho proporcionalmente, delicia senti-la, autoritária, dura comigo, minha Domme enfim, sinto no cu as cusparadas, as linguadas que permeiam todo o rego, a língua viageira, do cu até a buceta fagueira, estimulada, pulsante, mordente, molhada e insinuante, gozo outra vez, para a minha dominante que se compraz, prepara-se para mais, rápida coloca a cinta, fixa nela o caralho, me xinga, me bate novamente, tapas na bunda, um ritual, tapas entre as coxas, na virilha, leves, técnica relaxante, os dedos no rego, massagem, cuspe lubrificante, com calma e rigor, certeira, me penetra e possui, perfeita nas variantes, alterna as metidas, entre estocadas e meneios ela cria, ora no cu ora na buceta, aperta meu rosto no colchão, com mais força enfia minha cara no travesseiro, empina naturalmente o meu corpo, dobra-se penetrante, junto ao meu ouvido sussurra, apenas para mim, doces palavrões, maviosos elogios sacrílegos, apodera-se de minha mente, sinto-a toda em mim. Louca e gentil, porém dura e autoritária, alucinada controlada me faz submissa, triunfa sobre mim, sobre a própria mestra e assim perpetua a nossa espécie, vampiras e licantropas desvairadas, sacerdotisas dos fetiches e do sadomasoquismo, do sexo sem perdão, dos prazeres sem fim, das fodas sem compaixão, agora é ela a mulher completa, que de mim se locupleta. Sucessivas vezes me faz gozar, sinto-a orgulhosa, de mim mandante, deliciosa amante, percebo que derramo pelas coxas, me vejo gemendo, gritando, arfando, e ela, oportuna, senso de grande Domme, me asfixia por trás, com um gentil lenço de seda, me tira o ar enquanto me fode sem parar, e mete mais e mais aperta, já não consigo arfar, minha vista escurece, quase limite, sinto que vou gozar, grande onda crescente, uma sensação invulgar, no momento exato ela sente e me libera o ar, as torrentes de fôlego me inundam enquanto gozo como nunca, ejaculo, sinto sair da buceta um jato de gozo, Nica é perfeita e, finalmente, goza comigo, goza em mim, me faz sua fêmea e mulher, submeto-me, ela se agarra ao meu corpo, uma só nos tornamos, vertendo intensamente, todos aplaudem o final e eu murmuro para minha antiga iniciante as palavras sagradas da dominação: minha sucessora, Princesa das sombras do amor, das taras inconfessáveis, de nossos vícios, de nossa Vida Secreta, libero Nica mulher, não mais a menina aprendiz, mas uma macha/fêmea feliz, ato final, última posse, ajoelhada e encoleirada, a menina aguarda a soltura, realizada, irracional, libero-a da coleira, tiro-lhe os cadeados, nada mais de correntes, cadela antes, licantropa de agora em diante, voraz, contumaz.
Nica a aprendiz, na noite agradável em pleno luar, junto ao muro do matadouro, perto da porta do puteiro, transmuta-se, transforma-se: Rainha Verônica.

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Exibidas

Luciana linda puta de corpo generoso, coxas e bunda firmes, buceta peluda, gostosa, boca boqueteira, mulher sem limites, olhar profundo de devassa, vagabunda a toda prova, uma safada que me desafia, convite provocativo, as duas na rua dos armazéns, junto do cais, nuas, mostrando e exibindo os corpos que tanto amamos, para quem quiser ver, idéia de vadia que no fundo me quer ter, eu sei, a conheço, em mim ela quer meter, ser macha, sei que por mim ela se apaixona, amor de ordinária, tesão, verdadeiro na boca que me mostra, na língua que põe para fora, na forma como lambe os próprios lábios, amor como se imagina, sempre próximo da vagina, de uma buceta desejosa, de uma mente indecorosa, permanente mente em excitação, para mim também mais que uma puta, uma paixão, uma fugidia lésbica fagueira, safada e insinuante, necessitada de amante, faminta de amor, louca por meu corpo, sei aonde isso vai dar e, prontamente, aceito o convite puto, safado e inebriante, ponho um manteaux de pelica, ela veste um de seda, saltos altos, e mais nada, vamos a luta, sou de novo uma puta, exponho meu corpo à brisa que já anuncia o amanhecer, luzes da noite que bruxuleiam, incidem no corpo belo da putana, anda ao meu lado, as duas cobertas, rebolamos, uma para a outra, provocamos, uma a outra, o carro de Emilio nos ilumina, define os nossos corpos, sentimos a luz sobre a pele, misturada com as brisas da alvorada, seres noturnos nos espreitam, pessoas da manhã nos observam, tentadoras tentações nos tornamos, andamos, caminhamos, gostosas e exibidas, no centro da rua, majestosas, mulheres de qualquer tempo, fêmeas de sempre, de todas as épocas, para qualquer gosto e foda, putas enfim, exibicionistas por natureza. Luciana me olha, sinto que me come com os olhos, sei que observa minhas coxas, sei que aprecia meus peitos, efêmeros, eriçados, nervosos com o roçar da pelica, vejo a bunda dela, também roçando em seda pura, leve transparência, percebo arrepios em sua pele, olhos nos olhos dela, abro meu manteaux, exponho os mamilos, mexo os ombros, agora eu a desafio, entreabro a manta, de relance mostro a buceta, corresponde a vagabunda, vira-se e me mostra a linda bunda, rebola, sacode, flexível, no ponto, magníficas carnes deliciosas, caminhamos mais um pouco, chegamos ao ponto central, levanto o braço e sinalizo o combinado, Emílio acende os faróis, entramos em cena deslumbrantes, no meio da praça bruta, inóspita, sem rodeios, juntas, bem no alvo da luz, fazemos meneios, corpos lindos, somos assim, sinto meu sexo em todos os pontos do meu corpo, em cada pelo que se eriça, em cada poro que se arrepia, o vento que sopra, quase matutino, a luz que aparece no azul profundo noturno, mais gente para na rua, mais gente nos observa, imagino quantos olhos nos olham nesse momento, quantos caralhos se mexem nesse instante, sinto minha buceta entrando em aflição, desvairada, feliz sinto que meu corpo se descola de minha mente, sinto que ganha a própria vida, sinto que quer ser visto, admirado, exaltado e elogiado, paro, conforme acertado, as duas tiram suas mantas, exibem seus corpos bem formados, as bucetas, as barrigas, as coxas e as bundas, dança sensual, exibicionista, homenagem ao sexo, culto às divindades pecadoras, sentimo-nos donas do mundo, enquanto a malta de punheteiros brada elogios do outro lado dessa rua sem fim que é chamada de Desejo.

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

No puteiro outra vez

Retorno, só, livre e desimpedida, sem Nica, descompromissada com aprendizados, vontade pura e límpida de exibicionismo explícito, junto às vagabundas que amo, às vadias que aprecio, companheiras mentalistas, imaginistas vorazes, comedoras de machos, respeitosas. Quero meu corpo livre, para mim mesma, quero minha sexualidade aberta, como uma buceta em flor, um botão anal em furor, uma boca ávida entreaberta, pedindo para chupar, quero a liberdade de um corpo ofertado, quero a angústia que antecede uma foda, quero a sensação de corpo em ebulição. Sinto o frescor da brisa portuária, o calor de navios que não aportam mais, a voz de marinheiros ausentes, sinto a presença de seus corpos, de seus caralhos latentes, de seus braços potentes, ser segura pela cintura, sentir a mão pesada na  bunda, ser avaliada, experimentada, negociada. Preços diferentes, punheta, chupada, foda com cu ou sem cu. Olhar nos olhos, sentir no outro o descaso, por vezes temores, outras tantas, aqui ou em Tanger, Argel, Marseille ou Copenhagen, sou sempre a mesma, a puta que espera, espreita o macho, dele se aproveita, perigosa, tiro dele o dinheiro, levo-o ao paraíso de uma cama dura de puteiro vagabundo, sequer um lençol, colchão gasto, almofadas que suportam corpos e não cabeças descansadas, apoios necessários a uma exposição de traseiro, contrapontos a um corpo forte que meneia atrás do meu, abre caminho por mim adentro, transfixia, penetra endurecido, habituado ao anonimato de ambos os lados, bocas inexperientes de jovens que por vezes  procuram a minha, nego, refugo, putas não beijam assim, forçada aceito, em princípio, e no meio do processo, interrompo, paro, ordeno, cuspo fora o beijo inexistente, marco a posição, frágil e soberana, determino os limites, estabeleço territórios, sou a dona da ação, a geografia da foda é meu campo de exclusão, eu mando, puta, eu reino e é para isso que venho ao puteiro. Supremo paradoxo, o beijo refugado na boca é seguido de técnica perfeita, aprendida com Luciana, aplicada nos que a merecem, em alguns que escolhemos, e com a mesma boca conspurcada pelo beijo renegado, coloco, habilmente, a camisinha no pau duro, poucas sabem fazê-lo, apenas as putas o admitem, apenas elas com isso se divertem, prêmio dado não àqueles que amamos, pois com eles não a usamos, mas aos que olhamos com alguma candura, com o que resta de simpatia em uma puta pelas pessoas que a fodem, que nela afogam seus problemas, suas taras e suas mágoas. Agora a entrega ao pau duro que penetra, às mãos que seguram as pernas, direto nos tornozelos, erguem-nas, é assim que gosto, mal sabe esse vadio, mas não o demonstro, faço-me segura, profissional, emoção nenhuma, mas sinto gostoso o que me adentra e desliza sorrateiro, lubrificado, bruto de repente, se instala por instantes na buceta, sai e entra, entra e sai, nenhuma preocupação comigo, retribuo a sonora indiferença com a ausência de meus sons, sequer gemidos emito, ouço apenas os ruídos úmidos, socados na buceta, indecorosos, solertes, espertos e putos, ares por vezes comprimidos, soam por vezes como peidos indecentes, sinto o peso que se acentua sobre mim, percebo o caralho a latejar, ouço o acelerado respirar, grunhidos indecifráveis, espasmo final e estocada aguda, paralisia momentânea, gemido gutural, sei que ejacula e nada sinto, gozo, solidária na buceta, solitária na mente, sinto-me então a puta dominante, demente, do corpo ao lado  tremente, apenas isso, que agora respira arfante, de poses e preocupações despojado, levanto-me dou por encerrada a foda, com um olhar ordeno que saia, e agora recebo um olhar, mistura de simpatia e agradecimento, cara de cachorro magro querendo mais, não terá, insinua-se, afasto-o e digo apenas, custa mais se mais quiser, sua hora terminou e diante da tradicional e idiótica pergunta, se foi bom para mim também, com cara de cretina, olhando para o lado ou através e além desse macho ignaro e questionante, digo como uma ignorante: foi meu amor. Sinto-me puta e volto para a porta, para a calçada, agradável e saudável trottoir, sinto a noite sobre mim e, outra vez, o frescor da brisa portuária. Luciana me olha e sorri, cúmplice, nos compreendemos e nos amamos, a nosso modo. Ela se exibe, isso me excita, ela sabe e me provoca, quero fodê-la, sem amor, tesão.