segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Shibari II


Ultrapassar alguns limites, preferência de mulheres ousadas, concordância entre dominante e dominada, acordo mútuo necessário aos prazeres inusitados, nunca sentidos, fundamento de mentes tresloucadas que vêm em sua arte a razão de sua persistência, não de sua existência pois seus hábitos e taras fazem a amável fronteira com a dor e a morte, extremos perigosos, desejados porque nunca antes por outras ou por si mesmas experimentados, caminhos tortuosos e sofridos e por isso mesmo prazerosos, sem motivos racionais, sem razão utilitária, sem sentido humano, momentos de êxtase, necessidade de ser outra, Domme, Rainha, porque não Deusa, poderosa e ilimitada, iluminada por aquilo que para outros são trevas, mergulho nos meus sonhos, acordo dentro deles extremada e inigualável mulher dominadora, outra vez eu teço os fortes nós em duras cordas em torno desse corpo gostoso, vou adiante, exagero, contorço-o em amarras perigosas, quase o destronco, puxo, abro-lhe as pernas, exponho a buceta, vislumbro o cu entre as polpas da bunda deliciosa, brinco em ambos, meu chicote passeia e acaricia, entra e sai safadamente, safada mente que arquiteta tais manias, tarada sou, sinto o gozo entre as pernas enquanto a faço delirar com minhas artimanhas, mihas artes e minhas manhas, controlo as cordas, alargo o vão entre suas coxas, ela grita alto, sofre, não pede salvaguarda, prossigo, tortura-a em meio aos meus prazeres, ela sofre imersa neles, nossos sentidos se confundem , sinto a dor que ela sente ao sentir que ela sente o prazer que agora sinto, nossos corpos não se juntam, desnecessário ato nessa deliciosa experiência, nossas mentes se aproximam, tornam-se uma só, ambas gememos, ambas gritamos, palavrões e xingamentos ecoam no ar pesado, escuro, nossas vistas se turvam outra vez, só vemos uma a outra, chicoteio-a, ato final derradeira tortura infernal que lhe aplico enquanto gozamos juntas num turbilhão de fluidos que agora nos escorrem pelos poros, derramam-se pelas nossas bucetas, melam nossos corpos, uso-a, abuso-a, encosto meu corpo no dela, sinto-a em frêmitos, tremores e angústias femininas que reagem à minha macheza repentina, encosto a buceta nela, ajo como se fosse um pinto, meto, encoxo-a e fodo esse corpo suspenso e balouçante, imponho-lhe um ritmo cadenciado e ascendente, semelhante a uma metida de foda intensa, domino-a totalmente, possuo-a, me integro nesse corpo que desejo, voamos como fadas do mal, valquírias sexuadas, vampiras ignaras, licantropas ferozes, nos mordemos, machucamos, lambemos as feridas, bebemos sangue, fluídos e babas, cuspimos e vertemos todos os líquidos que um corpo pode gerar, fodemos e gozamos, cada qual a seu modo possuindo tudo o que a outra pode dar.

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