segunda-feira, 14 de julho de 2014

Banhos IV


O banho necessário, inesperado, em lugar desconhecido, o gozo de sempre, prioritário, banheiro coletivo, eu sei que me olham, eu sei que me espreitam, eu gosto assim, exibida, maníaca por mim. Ninfa despudorada, quero que me vejam, quero caralhos duros por mim, quero enrustidos a punhetar, sabendo que eu sei que eles me vêm, eu sabendo que estavam, todos, mesmo religiosos, juntos punhetando por mim, esporrando, ejaculando, talvez medindo seus paus, comparando-os, olhando uns aos outros, quem sabe desejosos de si mesmos, quem sabe desejosos do pau de outro, quantos queriam, de fato, me comer, me fazer de fêmea, numa cultura diferente, na qual os viados e as sapatas são punidos, na qual o desejo por mulheres como eu tem de ser reprimido, e o desejo meu por homens como eles tem de ser escondido, isso me excitou demais, a imaginação correu, o medo de me masturbar e ser surpreendida não durou, ao contato de minhas mãos, não necessariamente na buceta, excitei-me, alisando as coxas num banho frio, enxugando-as com toalhas de linho num banheiro simples, coletivo, porém excitante, cheio de frestas, de lugares suspeitos, de dúvidas e incertezas, a única certeza de estar sendo olhada, de estar provocando a quebra da religiosidade desses machos, alguns lindos, que conheci nesse oriente atraente, nessa terra de proibições, crenças e submissões, tanto quanto de secretas permissividades, excitações e prazeres, excitei-me ao contato, à flor da pele, finalizei classicamente, manipulando vigorosamente a buceta e ouvindo exclamações surda, baixas, reprimidas, que eu não entendia o léxico, mas entendia totalmente o sentido desses sussurros, desses gemidos abafados que levaram minha alma ao orgasmo como uma puta do serralho.

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