segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Pública

Exibicionismo, plateia, público que me estimula, burgueses temerosos de si mesmos, que me agrada agredir, agradável número que desempenho com o meu macho favorito para orgasmos e punhetas posteriores desses que me assistem que se esforçam para aparentar elegâncias, mas que, sei bem, vagueiam como zumbis assexuados em seus cotidianos e se locupletam apenas quando me pagam regiamente por visões de paraíso inimaginadas em suas mentes limitadas, que vou libertar, libertinar, liberar de tanta hipocrisia, junto com o meu favorito, num número ensaiado do qual pretendemos, sempre ocorre, perder o controle nos transformarmos em besta sexuais, em garanhão pauzudo e em mula bucetuda, representação do real, que excita clientes, leva-os a outras dimensões, enquanto nosso prazer, de ser vista, admirada, elogiada e estimulada, cresce a cada toque a cada relar de corpo, no momento em que sinto que o caralho duro já se expõe para meu gosto, quando percebo que ele me desnuda, me deixa em pele, aplausos para minha beleza, admirações reais de fêmeas sofisticadas, mostro todo o esplendor do meu corpo bem formado, bem cuidado, elaborado e preparado, para sempre, para as lides do prazer, da dor e das irracionalidades das lides do amor carnal, murmúrios de admiração dos machos presentes, elogios que ouço e finjo desprezar, indiferença que seduz a todo homem, que o excita a se exibir quando imagina que a exibida sou eu, e eis que meu macho me possui, grande fodedor, para todos os efeitos, representação realista, por isso mesmo surreal, coloco em seu caralho duro uma camisinha, na boca, técnica de putas, que todas querem ver, desenrolo sobre o membro duro com a agilidade de meus lábios, até o fim, ainda sobra desse caralho apetitoso, retiro minha boca lambendo, chupando, deixando nele o um rastro lúbrico lubrificante, minha saliva, minha baba, que escorre, que junta minha boca a esse membro teso e pétreo, que pulsa diante dos meus olhos, sinto as mãos na minha cabeça, sei o que vai ocorrer, abro a boca e sacio a vontade do meu puto que quer, mais uma vez, usar minha boca para seu prazer, cedo, adoro, faço, sem problemas, sem preconceitos, é o que desejo, tesão máximo, quando ele me vira, violento, me coloca em posição, para uma plateia ansiosa ele me fode, me penetra, me funde o pinto na buceta, cola a virilha na minha bunda, bate suas coxas nas minhas, unimo-nos em um único sexo, gritos e gemidos, palavrões, pedidos escabrosos, indecência absoluta, nosso território vital, violentas estocadas, meu corpo se desarma, permito, entradas divinais, ruídos instigantes, líquidos, seivas vitais que se misturam, minha boca se abre a procura de ar, meus olhos se fecham, mantê-los abertos para que se nada enxergam a essa altura em que apenas o clamor da buceta se faz presente, e ele mete impiedoso e eu peço mais insaciável, imagino que esse caralho me atravessa, peço que me transpasse, espada mortal, morte anunciada e desejada, pequena morte, dizem os franceses, ogazumu em japonês, deliro, agora lanço um brado profundo, salivo, babo, libero todo o corpo, produzo ruídos indecorosos, o ar pressionado na buceta peida retumbante pelo espaço enquanto jorro meu gozo e minha buceta percebe que o caralho que a penetra pulsa no ritmo de uma ejaculada contida dentro de uma camisinha que se incha de tanta porra. Aplausos da plateia enquanto nossos corpos, pretensamente saciados, jazem no chão duro, enquanto as luzes se apagam lentamente, ao fim da primeira metida.

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